dezembro 16, 2013
Jerry Bruckheimer fala sobre “Piratas” e “O Cavaleiro Solitário”

Em entrevista ao site deadline.com, Jerry Bruckheimer fala sobre sua carreira e o evento ocorrido em sua homenagem, conforme postamos aqui. Em alguns momentos, quando questionado, Jerry falou sobre filmes com a atuação de Johnny, como “O Cavaleiro Solitário” e “Piratas do Caribe”. Veja a tradução desses momentos abaixo:

DEADLINE: Por que “O Cavaleiro Solitário” não alcançou muita audiência?

lone ranger

BRUCKHEIMER: Eu realmente não sei. Eu não posso, definitivamente, te dizer porquê “Piratas do Caribe” fez tanto sucesso. Ninguém quer investir em algo que não irá trazer seu dinheiro de volta, especialmente nós. Eu amei o filme e adorei fazê-lo. Você faz o melhor filme que pode. Você o expõe e depois o descobre. Eles fizeram um bom trabalho com a divulgação do filme, então eu não posso dizer nada sobre isso. É apenas mais um daqueles filmes que caem entre uma fenda. Isso certamente não teria ajudado depois da pressão negativa que tivemos antes do filme sequer ter sido produzido. Houvemos várias discussões sobre várias coisas acerca de que a audiência não deveria ligar pra isso mas, talvez esse tenha sido o motivo que acabou desligando-a. Clique para continuar lendo >>>

DEADLINE: Uma pessoa comum ou mesmo um jornalista como eu deveria dizer, 200 milhões de dólares ou mais é muito para gastar em um filme. O que o responsável leigo não entendeu quando eles fizeram uma confirmação como esta?

BRUCKHEIMER: A resposta que eu reflito é, cada espectador paga de 6 a 10 dólares para assistir e eles não pagam nada mais independentemente de o filme custar $200 milhões. Isso não deveria preocupá-los. Tudo que eles deveriam se importar é: eu gostei do que assisti? Eu quero assistir novamente? Eu vou recomendar esse filme aos meus amigos? Isso é tudo que deve ser importante para o público. A mídia alimenta discussões acerca do quando custou o filme, em vez de questionar: o filme foi interessante? A equipe do filme de fato usou cada centavo gasto para o melhor benefício? Onde eu posso ver isso nas telas? Isso me proporcionou uma experiência melhor? Isso é o que importa, a experiência de ver o filme, a experiência de um frequentador de cinema. E também é importante que alguém como eu olhe para filmes feitos por outros, e que são tão bem feitos, tão extasiantes, com um final tão bom que eu digo, “Caramba, como vamos competir com isso?”, e a forma que você pode competir é sendo mais criativo ao encontrar conceitos, atores e diretores que vão dar à audiência uma viagem real de completa emoção.

DEADLINE: Qual é a resposta quando um espertinho como eu pergunta se você não pode fazer “Piratas” com $130 milhões?

piratas

BRUCKHEIMER: A Disney não permitiria que nós fizéssemos um corte na taxa de “Piratas”. Eles não estão na base de negócios de barganha, e eles não iriam querer que nós fizéssemos parecer que gastamos menos do que já foi gasto no passado. O custo de um filme faz parte da função de o quão interessante esse filme vai ser, e o quanto você tem que colocar nas telas para alcançar isso. Os números são assustadores, ninguém quer gastar essa quantidade de dinheiro. Mas quando você quer algumas luzes extras ou uma nova câmera, acaba custando muito mais do que eu já havia investido nessas coisas. você está sempre consciente de que quer gastar menos, mas isso nunca pode ser pior do que deixar algo de fora do aproveitamento do espectador. Muita coisa mudou na Disney com a chegada dos filmes de “Piratas”. Eles investiram em muitas outras coisas. Agora estão pra inaugurar um parque temático Shanghai Disney. Existe um grande passeio com “Piratas” e as pessoas poderão ver o personagem de Johnny Depp.

DEADLINE: Ainda, quando a data de início para os investimentos do próximo “Piratas” foi divulgada, um dos fatores era a economia. Quanto de prioridade isso possui considerando o controle das coisas?

BRUCKHEIMER: A prioridade é fazer um filme bem interessante. Eles querem que nós façamos por menos? Absolutamente. Nós faremos? Sim. Uma parte disso será destinada para lugares de gravação com incentivos fiscais. Existem muitas formas de fazer isso para economizar dinheiro, desde descontos até procurar por talentosos que possam lançar os dados com a gente e obtenhamos mais nas economias finais caso falharmos com as iniciais. Muitos países vão dar-lhe uma grande oportunidade e poupar de 20% a 30%, o que é uma enorme quantidade dinheiro para filmes desse tamanho. Você tem que tirar vantagem disso. Nós tomamos um tempo para obter o dinheiro do roteiro e pensar num plano para disparar economicamente. Mas isso nunca pode comprometer a aparência da imagem do filme.

DEADLINE: Nós conversamos sobre Johnny Depp e “O Cavaleiro Solitário”. Por que “Piratas” tem mostrado tanto poder de permanência?

BRUCKHEIMER: Eu diria que isso é a combinação de Johnny e nossos criadores, Ted Elliott, Terry Rossio, e Gore Verbinski, que fizeram do primeiro ao terceiro ou quarto filme da franquia. O Jack Sparrow de Johnny é um dos melhores personagens de todos os tempos e era um personagem muito diferente no roteiro. O que Johnny fez não estava no papel – nada disso. Tudo isso veio da imaginação dele e da inspiração de Keith Richards e dos cartoons que andava assistindo com a filha dele. Ele deu alma àquele personagem, e ele se divertiu fazendo isso e a audiência infantil e juvenil abraçou isso. Nós estávamos gravando em Londres e uma garotinha de uns 8 anos escreveu uma carta pra ele e disse “Eu quero que você venha à minha escola e faça um motim”. Depois de 20 minutos, ele realmente apareceu no traje de Jack Sparrow, sem aviso prévio. Eu pensei que a menina ia desmaiar. Ele a levou até a frente da classe depois e disse: “Olha, é divertido fingir, mas ouça seus professores, sem motins por hoje…”, foi muito engraçado.

DEADLINE: Seu tipo de acerto, desde “Top Gun” até “Piratas” e “A Lenda do Tesouro Perdido” são definidos pelas suas escolhas de ator protagonista. Quão difícil foi convencer os estúdios que Depp ou Nicolas Cage poderiam satisfazer?

BRUCKHEIMER: Com “Piratas” era mais sobre vendê-lo ao Johnny. Eu voei pra França e eu tinha desenhos, esboços e uma história. Felizmente, ele queria fazer algo que sua filha pudesse assistir. Eu o queria para enviar uma mensagem ao público e é isso que torna o filme diferente, e não um simples passeio à Disney. Johnny tornou isso especial. Dick Cook viu isso, mas alguns dos executivos abaixo dele não queriam pagar à Johnny o que ele estava pedindo. Nós finalmente chegamos a um acordo, mas eles realmente colocaram muita pressão em mim para escolher outra pessoa.

DEADLINE: Isso foi quando eles viram o pirata bêbado pela primeira vez?

BRUCKHEIMER: Sim. Esse tipo que deixa todo mundo assustado. Eu não sei se você assiste jornais mas você grava sempre as mesmas coisas e de novo e de novo e algumas variações são ligeiramente diferentes, algumas mais amplas, outras mais calmas. Eles olharam para aquele grande material e disseram: “Oh meu Deus, o que vamos fazer para parar isso?”. Então eu voltei a cortar as cenas até que pudessem ver se foi divertido e depois foi OK. […] Através da minha carreira, eu sempre trabalhei com executivos de mente aberta e podemos admitir um ao outro quando estamos errados. Se você tem o melhor argumento, você consegue o que quer.

Fonte | thanks to Cyn from JDZ